Procurei tanto nestes últimos dias a inspiração e a força em quem mais ma podia dar...
Hoje é 3ª e estou ainda... sentada no muro... o céu tem muitas nuvens cinzentas... quem sabe amanhã o sol brilhe! Sou optimista!
20110426
20110420
"Peço" emprestado...
Porque também me traduz... "peço emprestado", aspas porque ainda não o fiz... este texto...
"You are my friends, and the greatest love a person can have for his friends is to give is life for them."
daqui
"You are my friends, and the greatest love a person can have for his friends is to give is life for them."
A pessoa que disse isto, disse-o num jantar. Já em ambiente de fim de jantar, ambiente leve, de sobremesa, quando ainda se convive, mas já se sente o impulso de se levantarem e irem para a sala, ou buscar o café, ou à rua, os que vão fumar o seu cigarro e voltar ao convívio. A pessoa que disse isto, disse-o à 2000 anos. Se vivesse hoje, di-lo-ia de novo. Se vivesse hoje, talvez fosse rebelde da paz na Líbia, uma criança judia num colonato, um palestiniano sem comida para dar à família na faixa de gaza. Talvez fosse um emigrante mexicano num deserto do Texas, talvez fosse um camponês ou mineiro na América latina, ou um operário na china. Talvez fosse um angolano que vendesse carvão, talvez fosse um africano num bairro de lata de Espanha ou Portugal, promotor de reuniões de organização da comunidade. Talvez fosse um jovem europeu, cheio de estudos, mas que só tivesse ofertas de trabalho à experiência gratuitos. Talvez fosse uma mulher frágil, das ameaças do ex-marido que a enganou, vivendo com um ordenado pequeno e instável para ela e os filhos. Talvez fosse um jovem catequista a tentar mudar o vazio artificial da fé da sua paróquia preocupada com o status, talvez fosse um militante de um partido pequeno, numa terra dominada por um partido grande. Talvez fosse amigo de prostitutas, talvez:: in jornal diocesano 'Correio do Vouga'::
comesse com os sem abrigo, talvez fosse um empresário empreendedor à procura de
criar riqueza e distribuí-la por si e pelos trabalhadores a quem tenta dar emprego, talvez fosse um padre com ideias de uma Igreja muito humana, talvez fosse professor e sonhador, talvez fosse visto como subversivo, talvez fosse surfista, skater, talvezfosse amigo de toxicodependentes, talvez ligasse pouco a dinheiro e a burocracias, talvez dissesse o que dizia antes, talvez espalhasse amor por onde passava, talvez fosse morto ainda mais depressa pelos poderosos que usam o poder, não para os outros, mas para si mesmos. Talvez - não, disso tenho a certeza - desse de novo a vida pelos seus amigos, porque foi afinal a sua mensagem de amor que o matou. Que bom seria se ele vencesse a morte e ressuscitasse depois... era sinal que o Amor é maior que o poder, o controlo, o egoísmo, a chantagem, a opressão. Era sinal que o Amor, vence tudo e a vida é o que perdura depois!
daqui
20110419
20110418
Nó[s]
É quase paradoxal como um nó pode simbolizar a segurança e a força, mas também a confusão e a prisão! Hoje não há nada que me defina melhor! Os princípios em que acredito e que resultam em prioridades claras são a segurança e a força! Mas sinto os vários mundos em que me insiro todos num emaranhado tal, que é difícil desfazer o(s) nó(s)... Step by step...
20110414
Preciso lembrar um momento bom...
20110411
...
20110408
Águas Turbulentas... sempre ficam calmas!
As sereias não gostam de discussões
Todas as crianças receiam as cócegas e as discussões. As crianças-fadas, as crianças- feiticeiras, as princesinhas e, sobretudo, as pequenas sereias. Se as sereias não gostam mesmo nada de ouvir os pais a discutir, é porque a água transmite os sons cinco vezes mais depressa do que o ar e cinco vezes com mais força. É por isso que, em casa delas, uma cena doméstica, uma simples discussão, se transformam num pesadelo aquático. Na família da sereia Emma, as discussões começavam sempre assim: –– Repete o que acabas de dizer! –– Quem é que julgas que és? E upa, depois do rebentar de algumas bolhas, a água começava a agitar-se, a agitar- -se… e tínhamos tempestade! Quando o mar ficava assim revolto, Emma começava a ver tudo desfocado. Os pais apareciam-lhe deformados, horríveis, com o rosto distorcido por causa da turbulência das águas. Era feio, feio, feio. Então Emma sentia o coração gelar. Punha as mãos nos ouvidos e agradecia aos céus o facto de ter duas mãos e não duas barbatanas. Mas, mesmo tapando os ouvidos, continuava a ouvir: “Detesto-te, detesto-te, não quero voltar a ver-te.” Estas discussões eram verdadeiras catástrofes ecológicas. Quando se desencadeavam, os cardumes de peixinhos multicores fugiam em debandada para o outro extremo do mar, como se perseguidos por um tubarão. Os ouriços-do-mar imobilizavam-se, as anémonas expeliam em silêncio o seu veneno e os polvos lançavam compridos jactos de tinta negra. “Como é possível”, pensava Emma, “que pessoas adultas, com dois braços, uma cauda de sereia e um cérebro de sereia, gritem na água como se fossem verdadeiros bebés?” E pensava em todos os pais-sereias divorciados, que iam viver longe um do outro, um no mar Adriático, outro no Oceano Atlântico. E dizia para consigo: “A minha mãe trouxe-me no ventre porque amava o meu pai. Mas se nasci no amor deles, também posso desaparecer!” Era, é claro, um pouco excessivo, mas muito lógico na cabeça de uma pequena sereia. Aliás, quando ouvia os pais agredirem-se, tinha a impressão de que o seu coração se despedaçava como gelo quebrado. Porque as pequenas sereias não são peixes como os outros. São meninas de verdade, frágeis, com sentimentos e muita imaginação. O que poderia ela fazer? Tinha ouvido falar de uma outra sereia que trocara a cauda por um par de pernas. “Ter pernas ser-me-ia muito útil para fugir para terra, longe dos gritos dos adultos”, pensava. Para não morrer por causa de todas aquelas discussões, Emma afastava‑se para longe daquelas extensões de água cheias de turbulência, daqueles rostos distorcidos, daquelas tempestades aquáticas, e penetrava nas florestas de algas labirínticas. Ia tão longe quanto possível, descendo às profundezas, onde o silêncio é mais forte do que todos os gritos do mundo. E quando, à noite, se davam conta que ela tinha desaparecido, o pai, a mãe e todas as suas irmãs sereias iam procurá-la, longe, muito longe, nas águas doces, nas águas tépidas, abrindo, com as mãos, caminho por entre as algas, espreitando dentro das anémonas, batendo docemente à porta das conchas: –– Emma, estás aí? Com o coração apertado, pensavam que ela tinha desaparecido para sempre. Porque corria esse risco. Nas profundezas do mar, uma pequena sereia, mesmo experiente, pode muito bem perder o norte. E os pais perguntavam-se: e se ela foi lançada para terra? Ou engolida por um tubarão? E quando, por fim, a encontravam, curvada dentro da sua concha, com as mãos nos ouvidos, tomavam-na nos braços com muita doçura para a levarem para casa. Sentiam vergonha. E diziam-lhe: –– Desculpa, sabes, somos dois grandes patetas. Mas já fizemos as pazes!
Quanto mais crescia, mais a pequena sereia compreendia que a vida, o cansaço, as pequenas coisas do quotidiano, uma gota de água que cai continuamente em cima de um rochedo, enfim, pequenos nadas, podem também desencadear grandes discussões.
Quando se tornou adulta, sorria ao ouvi-los, porque sabia que não tinha nada mais a recear. Que o seu coração não ia congelar nem ficar como gelo desfeito. E, ao ouvi-los, dizia para consigo: “Daqui a pouco, estão a dizer-me que nunca mais voltarão a discutir. E eu vou fingir que acredito! Porque sei muito bem que é difícil viver-se na mesma água sem discussões. Mas também sei que o mundo não vai desabar por causa disso.”
do Projecto: Contadores de Histórias
20110405
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