20081231
Desejo
Um final de ano tão igual e tão diferente... tão igual o final, tão diferente o início que se avizinha... tão aliciante quanto assustador... tão seguro quanto arriscado... os paradoxos sucedem-se na minha mente e no meu sentir...
Hoje à noite, às doze badaladas reza a tradição que deveremos pedir os 12 desejos do ano... peço apenas... que me consiga encontrar em Ti... que Te consiga encontrar em mim... e assim ser maior... e assim, à boa maneira do caminhante, "fazer o caminho ao andar". ConTigo e contigo... sim... e tu também estarás por lá...
Peço ainda... energia para acompanhar o sonho... objectividade para o concretizar... e um sorriso sincero que me faça acreditar nele... no sonho... no meu... no Teu... no nosso...
Por vezes sinto as batidas cardíacas acelerar... adrenalina? satisfação? pânico?
Sou eu. Humana. Limitada. Com defeitos. Com sonhos. Acompanhada. Motivada. Agradecida.
2009 aqui vamos nós!
20081223
Neste tempo...
Quase quase no Natal, quase quase no início de mais um ano, os meus votos para todos aqueles que fizeram a diferença este ano.
Quantas vezes nos sentimos pequeninos ao olhar para os desafios... quantas vezes nos sentimos pequeninos ao olhar para a beleza de um sorriso inocente... quantas vezes nos sentimos pequeninos ao olhar a grandeza de uma injustiça... tantas vezes... tantas e tão diferentes...
A ti, desejo um Natal em paz, que recorde como podemos ser pequeninos, mas mesmo assim conseguir grandes feitos.
A ti, desejo um 2009 em que, mesmo pequeninos a tentar abarcar o mundo com o nosso olhar, arrisquemos ser maiores.
20081215
Um momento...
À minha volta o nada envolto em névoa... ou talvez não, mas o meu estado de alheamento paralelo a uma intensa vivência interior faz-me acreditar que sim...
A melodia intensifica-se e...
20081211
Falando em Direitos Humanos...
Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.
Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito
de fraternidade.
Artigo 23.º
1. Toda a pessoa tem direito ao trabalho, à livre escolha do trabalho, a
condições equitativas e satisfatórias de trabalho e à protecção contra o
desemprego.
2. Todos têm direito, sem discriminação alguma, a salário igual por trabalho
igual.
3. Quem trabalha tem direito a uma remuneração equitativa e satisfatória, que
lhe permita e à sua família uma existência conforme com a dignidade
humana, e completada, se possível, por todos os outros meios de protecção
social.
Artigo 25.º
1. Toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente para lhe assegurar e
à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto à alimentação,
ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto aos
serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na
doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de
meios de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade.in Declaração Universal dos Direitos Humanos
Em http://lojaonline.orbiscooperation.org é possível adquirir produtos com a garantia de que foram produzidos com respeito pelas pessoas e pelo ambiente. Cada compra representa para os produtores, na maioria dos casos em situações de pobreza extrema, uma possibilidade de uma refeição ou de um tecto. Não se tratando de caridadezinha, mas sim de uma recompensa justa pelo seu trabalho.
20081210
Dignity and Justice for All
20081205
O labirinto
Gosto de labirintos, de me embrenhar à descoberta do caminho para chegar ao outro lado, onde vou encontrar o tesouro. A adrenalina de não saber o que está no outro extremo provoca-me um misto de emoções que alterna (ou não) medo, sorrisos parvos, ansiedade, vontade de desistir, acreditar que serei capaz e mais umas tantas outras desconexas e que jamais se sentiriam simultaneamente... se não estivesse a percorrer o labirinto.
Já experimentei labirintos de todos os tipos: em papel, de milho, de um material estranho cor-de-rosa, em tamanho real, numa folha de uma revista, no ecrã de um computador... desta vez estou num labirinto escondido na floresta, talvez o mais assustador de todos até agora.
Decidi voltar para trás e experimentar uma passagem que vi há uns minutos, tenho que correr, a luz está a acabar e depois... depois não sei...
A passagem é apertada. Alguns arranhões depois, chego a um espaço mais amplo. É lindo! O luar ilumina algumas árvores com flores, consigo ouvir alguns animaizinhos que se preparam para saír e outros que juntam as familias para se aconchegarem e dormirem até o sol voltar a raiar...
Parada no centro da clareira observo tudo os que os meus olhos e o meu coração conseguem atingir. Sinto-me como uma menina pequenina no meio de um palácio, que olha deslumbrada a beleza que a rodeia. Rodopio para ver mais e mais e mais...
De repente apercebo-me da minha condição. Estou no meio de um labirinto, no meio da floresta, é de noite, não tenho ideia de como chegar ao outro lado e... estou sozinha... sou assolada por uma espécie de tristeza, daquela que é espicaçada pelo medo.
Chegam os fantasmas da noite e tudo o que eu queria era voltar para o quentinho da minha cama, com a minha família ao lado e os meus amigos perto.
Que estupidez! Mas eu gosto de labirintos!!! Eu escolhi este! Lembro-me quando fazia labirintos nas revistas e pensava no labirinto da floresta: O labirinto. O labirinto chamava-me, quase como por magia. Sentia-o presente, sentia-me nele, mesmo quando ainda lutava contra os ramos para chegar à entrada, mesmo ainda quando não passava de um lugar imaginário.
Às vezes a noite faz-nos sentir assim, a querer desistir. Porque a noite é escura e é silenciosa, de um silêncio que nos obriga a ouvir o que não queremos. Porque a noite é solitária e desconhecida, de um desconhecido que assusta e motiva. Mas a noite também passa. Daqui a umas horas vai amanhecer e com a luz da madrugada, volta o meu acreditar e o meu querer. E a cada dia no labirinto esse acreditar e esse querer vão-se tornando mais fortes e os fantasmas à noite vão ficando cada vez mais longe.
O labirinto é gigante e repleto de árvores e arbustos e animais, não tenho ideia da minha posição actual, mas a sensação de estar aqui é maior que eu!
Oh não! Mais uma parede a bloquear o caminho! Here I go again!
20081204
20081126
Os medos... os meus... e os teus?
Ontem perguntaram-me qual o meu maior medo... não hesitei:
Aqui, a reflexão merece um parêntesis, não se vá pensar que o querer mudar e procurar sempre é sinónimo de imaturaridade. Não, mesmo as próprias mudanças mudam ao longo do percurso :)
Como seria ficar sem objectivos?! Tenho medo, mesmo muito.... ficar sem objectivos é ficar sem razões para lutar, sem motivos de sorrisos, sem força para procurar, ou simplesmente: sem porquês para responder...
Não sei se alguém lê este blog, mas se passar por aqui alguma alma perdida: Qual é o teu maior medo?
20081124
Para ser maior...
"Ensina-me a amar, a arriscar, a saber ser maior" Ensina-me... talvez já tenha aprendido um dia, mas tenho que reaprender sempre! A rotina, as desilusões, as árvores deitadas no meio da estrada, as faces ruborescidas de fúria ou pálidas de descontentamento ou mesmo os olhares cansados... todos me fazem esquecer como se faz para amar, para arriscar, para ser maior*
Então, em jeito de prece ou ainda de grito que desperta...:
Maria, Maria
Procuro por Ti
Trago este vazio
E o desejo de dar cor à minha vida
Quero pintar
Esta história que estou a criar
Quero ser mais
Minha grandeza afirmar
Ser poeta, ser cantor, ser o céu
Onde mora tudo o que eu vou ser
Se eu souber ser amor
Maria, Maria
Não sei que aconteceu
Se o mundo ou se fui eu
Enganou-se o amanhã sem piedade
Fecha-se a luz
Sobre as almas da minha idade
Esconde-se o céu
Onde eu quero ser mais verdade
Minha Senhora e minha Mãe
Olha bem por nós
Sem Teu amor
Ficaremos sós.
Maria, Maria
Mãe do silêncio
Mãe da humanidade
Em Teu seio o meu senhor se gerou
E Tu o contemplaste
Cheia de amor e ternura
Teu filho desejado
e por ti muito amado
Minha Senhora e minha Mãe
Ensina-me a amar
E arriscar
A saber ser maior
Mafalda Arnauth
20081118
A new Journey... MY JOURNEY!
E eu continuava... na margem...
À espera que chegasse o momento...
Enquanto esperava deu tempo para tudo [pensava eu]: rezei, ri, chorei, afastei, reuni, preparei, lutei...
Até que... os acontecimentos sucederam-se, a embarcação chegou com destino marcado, está na hora, não posso parar, tenho que embarcar. Já está!!!
20081112
Apatia
20081107
Rotinas
Milhões de pessoas no mundo repetem-se, dia após dia, umas no escritório, outras em salas de aula, outras em linhas de produção fabris, outras em campos de refugiados, outras em prisões de alta segurança, outras no centro de conflitos armados...
Mais uma rotina: abrir o google news. Deparo-me hoje com os recém-instalados misseis russos, a merecida ovação Obama, o gritante conflito no Congo... Que mundo é este?!, penso... mas lá toca o telefone, fecho a página do browser e passo à rotina seguinte.
É fácil mudar de página na net ou mesmo desligar a TV, mas e quem tem outras rotinas. E quem não pode mudar para um site mais agradável ou para uma estação de rádio onde passe música agradável? E quem não pode saír à noite com um amigo, só para esquecer as mágoas. E quem não tem opção?!
A minha reflexão, que começou por ser sobre as rotinas e a indiferença das pessoas, segue já um caminho subtil que me leva a fazer o paralelo com as outras rotinas de outras pessoas, noutros contextos e noutras geografias...
A rotina... na Republica [democrática] do Congo... tantas pessoas repetem tarefa após tarefa. Procurar um lugar seguro, avançar para matar, rezar porque traz conforto para a alma, negociar a vida que se esvai...
Até as crianças, que com a sua irreverencia e rebeldia natural fogem a qualquer tipo de regras e monotonias impostas. Até as crianças, neste caso falo das congolesas, repetem diariamente as suas tarefas: caminhar num mundo turvado pelo efeito constante de drogas, vestir as suas novas fardas, pegar em armas maiores que elas e disparar... disparar a matar [porque é um jogo], acreditar que um dia vão voltar às suas aldeias, que a família vai estar orgulhosa delas porque voltaram da guerra... mas mataram pessoas... perderam-se no mato e não vão voltar mais...
Futuros arrancados aos colos das mães. Futuros arrancados às brincadeiras na rua. Futuros sem amanhã.
Convenção sobre os Direitos da Criança, Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo ao envolvimento de crianças em conflitos armados...
Calcula-se que possa haver 30.000 crianças associadas a forças ou grupos armados como combatentes, escravos sexuais e ajudantes.*
E vou terminar assim, abruptamente, a minha reflexão algo desconexa de hoje, deixando apenas um desafio a quem a ler: experimente não mudar já de assunto - porque é mais fácil - e reflicta também.
* Fonte: Unicef
20081031
Desenho para ti!
Era assim eu... 5 ou 6 anos a tentar fazer o meu melhor desenho para a minha amiga que só via no Verão. Era assim eu... a tentar demonstrar que gostava dela e que tinha tido saudades enquanto estava fora. Era assim eu... a dizer que mal podia esperar para podermos estar juntas e brincar e falar e fazer teatros na varanda!
E sou assim eu... com uns anitos a mais, a tentar fazer o meu melhor para o meu amigo que já não vejo há muito. Sou assim eu... a tentar demonstrar que tenho saudades das nossas conversas e dos teus conselhos, sempre sábios. Sou assim eu... a dizer que mal posso esperar para falarmos horas sobre o tudo e o nada!
Sou assim eu, que te admiro pela entrega. Que contemplo a tua forma de viver e aceitar, com mais ou menos alegria, os dons que te são entregues a cada dia. Que me inspiro no teu dar.
Sou assim eu, que te acompanho à distância. Sou assim eu que estou contigo mesmo na ausência.
Para ti, um sorriso!
Estamos juntos!
20081028
Hoje está Sol!
Hoje de manhã estava sol... estranho... pela janela da cozinha, a nordeste, entrava um sol radiante que me fez lembrar as caminhadas à beira mar, os sumos de laranja numa esplanada agradável... mmm que bom...
De repente, a minha imaginação, que viajava por tempos não longínquos mas que parecem ter acontecido há uma eternidade, foi interrompida pelo estrondo do bater do portão. Ai! E o sol? Aquele que irrompia quente e brilhante pela janela? Do outro lado da casa o vento corria furioso, batia com o portão deixado aberto pela pressa de alguém que saíu para o trabalho antes de mim. O uivo do vento era assustador... estranho...
Pergunto-me, como é possível, de um lado o sol radiante e do outro o vento forte quase a adivinhar tempestade?! Depois de pensar um pouco... rio-me da minha estupidez... claro que é possível! A situação atmosférica que envolve a minha casa não é mais do que um retrato fiel do que se passa todos os dias no mundo... do que nos chega todos os dias pelos meios de comunicação e nem estranhamos...
Enquanto de um lado "da casa", uns são arrastados pelos ventos da fome, da pobreza extrema, das doenças, do não acesso ao ensino, da exclusão..., do outro lado o sol irrompe sob a forma de novos carros, jantares exageradamente abundantes, futilidades... e ninguém estranha...
Todos accreditam que basta olhar apenas pela janela da cozinha para que o vento não nos atinja... claro que estes todos se encontram confortavelmente resguardados do vento...
20081023
MPB
Cada tempo em seu lugar
letra e música: Gilberto Gil
1989
Preciso refrear um pouco o meu desejo de ajudar
Não vou mudar um mundo louco dando socos para o ar
Não posso me esquecer que a pressa
É a inimiga da perfeição
Se eu ando o tempo todo a jato, ao menos
Aprendi a ser o último a sair do avião
Preciso me livrar do ofício de ter que ser sempre bom
Bondade pode ser um vício, levar a lugar nenhum
Não posso me esquecer que o açoite
Também foi usado por Jesus
Se eu ando o tempo todo aflito, ao menos
Aprendi a dar meu grito e a carregar a minha cruz
Ô-ô, ô-ô
Cada coisa em seu lugar
Ô-ô, ô-ô
A bondade, quando for bom ser bom
A justiça, quando for melhor
O perdão:
Se for preciso perdoar
Agora deve estar chegando a hora de ir descansar
Um velho sábio na Bahia recomendou: "Devagar"
Não posso me esquecer que um dia
Houve em que eu nem estava aqui
Se eu ando por aí correndo, ao menos
Eu vou aprendendo o jeito de não ter mais aonde ir
Ô-ô, ô-ô
Cada tempo em seu lugar
Ô-ô, ô-ô
A velocidade, quando for bom
A saudade, quando for melhor
Solidão:
Quando a desilusão chegar
20081022
Um dia!
Um dia achei que podia voar… voar de asas, voar de ir longe, voar de conhecer o mundo, voar de sonhar alto, voar de… ser e construir algo de bom…
Um dia comecei a preparar-me… juntei penas, recolhi desenhos de asas – aerodinâmicos, ergonómicos, … - recolhi ajuda! Sim… não sei construir asas… se o tentasse fazer sozinha ainda acabava por me estatelar direitinha no chão… isto se chegasse a sair do chão!
Um dia apercebi-me... é difícil voar… sou pesada… e não falo dos Kg a mais… tenho malas cheias de recordações, sentimentos, ligações, conceitos, ideias, standards… tantas!!!
Um dia decidi que quero mesmo voar… ai… isto não vai ser fácil… preciso mesmo de um abraço!
20081021
Vontade de um abraço
Vontade de Um Abraço
De repente deu-me vontade de um abraço...
Uma vontade de entrelaço, de proximidade..
de amizade..sei lá..
Talvez um aconchego que enfatize a vida e
amenize as dores...
Que fale sobre os amores,
que seja teimoso e ao mesmo tempo forte.
Deu vontade de poder rever saudade
de um abraço.
Um abraço que eternize o tempo
e preencha todo espaço
mas que faça lembrar do carinho,
que surge devagarzinho
da magia da união dos corpos, das auras..sei lá.
Lembrar do calor das mãos
acariciando as costas
a dizer..
"estou aqui."
Lembrar do trançar dos braços,
envolventes e seguros afirmando
"estou com você"..
Lembrar da transfusão de forças
com a suavidade do momento ..sei lá..
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço..abraço...
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço..abraço...
abraço...abraço...abraço...
abraço...abraço..abraço...
O que importa é a magia desse abraço!
A fusão de energia que harmoniza,
integra tudo, e que se traduz
no cosmo, no tempo e no espaço.
Só sei que agora deu vontade desse abraço!!
Que afaste toda e qualquer angústia.
Que desperte a lágrima da alegria,
e acalme o coração..
Que traduza a amizade,o amor e a emoção.
E para um abraço assim só pude pensar em você...
nessa sua energia,
nessa sua sensibilidade
que sabe entender o por quê...
nessa vontade desse abraço.
Vinicius Moraes
20081010
Objectivo 2015
20081009
Os que nos [des]governam...
Era uma vez eu na Assembleia Municipal... Eu e os deputados eleitos pela população, eu e aqueles que representam a plenitude da vontade dos eleitores, eu e uma grande surpresa... ou talvez não... Eu e o desapontamento... Eu e...
É incrível o desrespeito pela seriedade dos assuntos discutidos, indescritível a leveza com que se processa a sessão... deputados a passear pela sala, a ler jornal, a falar com os vizinhos do lado... Os que se pronunciam regem-se pelo senso comum das Assembleias de Políticos... Insultar o máximo possível e crítica para ser crítica tem que ser ofensiva, destrutiva e claro, bem recheada de insultos.
Se estes nos [des]governam, quem nos governa?
20080924
Quanto Custa?
Situações bem próximas fizeram-me pensar nisso...
Hugo Chavez - ditador, corrupto, violador de Direitos Humanos...
José Eduardo dos Santos - idem
Todos criticam, todos dizem mal, mas oferem-se oportunidades de negócio e aqui vamos nós todos na corrente, qual situação idílica de paz e amor. Juro que me revolta e por isso não consigo manter-me sequer imparcial...
Os nossos empresários, do capitalista puro àquele com empresa socialmente responsável, todos... oportunidades de negócio pagam todos os crimes eventualmente cometidos...
Não percebo...
P.S. Sei que este post pode ser 1 pouco repetitivo em relação ao anterior, mas... as coisas vêm ter comigo e eu não consigo ficar calada...
20080919
Direitos Humanos... Onde?
Organizações não governamentais e mesmo as governamentais, embora nas últimas as parcialidade seja [quase] evidente, multiplicam-se em relatórios e declarações sobre a [des]evolução da protecção dos Direitos Humanos (DH) no mundo.
A Ásia, a estrela dos protestos relaccionados com os DH (fenómeno visibilidade Beijing 2008), é acusada de menosprezar os direitos dos trabalhadores e, acima de tudo, dos grupos vulneráveis, nomeadamente as crianças e as minorias étnicas. Protestos, petições, relatórios... MAS a China (entre outros países do Oriente) continua a incrementar as suas exportações para o oeste. O consumidor continua a desviar o olhar da etiqueta porque "é mais barato e a vida está difícil". Por vezes, o mesmo consumidor que assinou a petição online, que por acaso lhe chegou por e-mail, o mesmo que se insurge ao ver as imagens das criancinhas a trabalhar nas fábricas... esse mesmo...
made in china, made in taiwain... pouco efeito têm...
Claro que, se reflectirmos um pouco sobre o assunto, não tardam a surgir novos dilemas... "Se nós não comprarmos, eles não vão produzir e, por conseguinte, não vão ganhar dinheiro, não vão ter meios de subsistência"... Sim.. é um ponto de vista, mas não acredito que tenhamos que ser tão dramáticos. A cultura chinesa é nacionalista e estratega por natureza, no caso de verem os seus objectivos expansionistas abalados por questões de natureza ética, as empresas (e o governo) não tardariam a adoptar medidas de protecção dos DH. Não o fazem já, simplesmente porque não precisam... a população é submissa, a comunidade internacional rende-se à diplomacia oriental, e os consumidores ocidentais não resistem aos preços... Para quê mudar?!
20080911
O Fim do mundo... Será?! Que mundo?
Ontem foi activado o LHC (Large Hadron Collider), o maior acelerador de particulas alguma vez criado. Milhares de especialistas de todo o mundo estiveram envolvidos no projecto que promete revelar a origem da massa das partículas elementares, ao recriar as condições imediatamente a seguir ao Big Bang.
À semelhança de todos os projectos de grandes dimensões, as opiniões divergentes estão na ordem do dia. Os cientistas envolvidos, asseguram que os testes de segurança foram efectuados e que não há qualquer perigo. Já as vozes que se opõem, alertam para a possilidade de uma catástrofe global, como a formação de um buraco negro que destruirá a terra ou uma reacção em cadeia que formará matéria estranha (Strange Quarks), que provocará nova reacção em cadeia e nova matéria estranha, acabando todo o mundo por ser transformado.
Não sou expert em Engenharia Física, ou Geofísica ou qualquer uma das especialidades necessárias para dissertar sobre os pros & cons do LHC... portanto... vou aproveitar a discussão para falar do fim dos pequenos mundos que me rodeiam...
Estou envolvida dos pés à cabeça numa ONG de Cooperação para o Desenvolvimento. Todos os dias chegam e-mails de "pessoas de bem" que querem colaborar... sim... muitas são pessoas de bem... e é inevitável a minha tristeza ao perceber que na maioria das vezes as motivações não são assim tão "de bem"... é a consequência do confiar até algo em contrário... não quero generalizar, como é óbvio, mas... vivemos num mundo tão egoísta...em que tudo é um jogo de interesses, infelizmente é esse o jogo da sobrevivência. Os interesses cruzam-se connosco todos os dias e a todas as horas, tanto e com tanta frequência que já quase nem nos apercebemos deles... é normal... é pena...
Também na minha aldeia, desde a associação cultural, à catequese e outras actividades paroquiais, ao falar com as pessoas envolvidas a resposta repete-se: "são sempre os mesmos", "as pessoas já não se interessam", "não há pessoas para trabalhar"...
O desespero de quem sozinho não consegue impedir o mundo de acabar. Claro que estou a dramatizar um pouco... até fica bem num texto dramatizar! Cria o climax... mmm pois... a minha dissertação de hoje foi demasiado a "a la reflexão" para criar climax... mas fica a intenção.
Alusões literárias à parte... a verdade é que com ou sem LHC, o mundo está gerar matéria estranha em cadeia... vamo-nos adaptando a ela... num give & take de assimilar um pouquinho, o necessário e expelir o resto... até quando? Ou... Yue Liang optimista... Talvez voltemos a um ponto de equilíbrio...
20080910
P.S.
O objectivo é que seja um blog intimista... quase como um diário pessoal...
A lua com 4 fases... todas parte do mesmo todo... também eu sou assim... bem... talvez eu não tenha só 4 fases :)
Na margem...
O barco à deriva... À espera de passageiros... quantas vezes vi a embarcação ao longe... mas mudei a rota... para não o ver... incomoda vê-lo lá... parado... à espera... sabendo que um dia não haverá mais rotas para mudar, é ali que tenho que ir...
Decisão tomada, acção adiada... está a chegar a hora... E agora? Não é fácil partir... com o tempo, as nossas raízes ficam mais fortes e lutam por se segurarem à terra... as pessoas, as "obrigações", o conforto... todos aqueles "os" e "as" que passam despercebidos no amontoar das tarefas e emoções do dia.
Mas não vou desviar o olhar... vou continuar... novos desafios, novas escolhas... mas... enfrentar uma vez mais... família, conceitos sociais, sentimentos teimosos... estou cansada...
mas sei onde embarcar!
20080905
Quarto Crescente
A verdade é que nas outras fases da lua tudo tem lugar...
Não sei se alguém vai passar por aqui... mas...
Um dia um homem passeava pela praia e viu o areal cheio de estrelas do mar que tinham dado à costa, e que vão morrer se não regressarem ao mar. De repente ele vê um menino que tenta desesperadamente salvar as estrelas do mar. O homem pergunta ao menino:
- Olha menino, tu não vais conseguir salvar as estrelas do mar. São milhões e estão a morrer. Porque continuas a tentar salvá-las?
O menino, com os seus olhos pequeninos, mas com uma determinação inabalável, abaixa-se, toma uma estrela do mar nas suas mãozinhas, olha para o homem, e diz-lhe, atirando-a em direcção ao mar:
- Para esta vai valer a pena!
Até breve!